Abstract

Entre a década de 1920 e meados da década de 1960, o futebol elitista do início do século XX transformou-se num dos elementos centrais da cultura popular portuguesa contemporânea. Ao longo deste período, o futebol português deixou de ocupar uma posição periférica no contexto europeu para assumir um lugar de destaque no plano internacional.

Estas mudanças são muitas vezes explicadas por factores políticos - o Estado Novo fomentou o crescimento deste desporto - e analisadas em função das suas consequências culturais - a massificação do gosto pelo futebol foi um dos elementos que contribuíram para a durabilidade do regime. Trata-se de uma ideia que, através da fórmula Fado, Fátima e Futebol, adquiriu a rmeza das convicções do senso comum.

Este trabalho - distinguido, em 2015, com o Prémio Fundação Mário Soares/EDP e com uma menção honrosa no Prémio CES para jovens cientistas sociais de língua portuguesa - analisa em detalhe a forma como as principais instituições do Estado Novo se relacionaram com o mundo desportivo. A evolução do estatuto dos atletas, e a oposição entre os defensores do amadorismo e do profissionalismo, é o condutor desta narrativa.

Integrando as batalhas que moldaram o desenvolvimento do futebol em Portugal no programa ideológico do salazarismo, esta investigação procura questionar os limites e as possibilidades de autonomia do campo cultural e contribuir para um conhecimento mais detalhado sobre as conjurações do poder no espaço social português contemporâneo.
Original languagePortuguese
Place of PublicationLisboa
PublisherEdições Paquiderme
Number of pages288
ISBN (Print)970-989-99403-2-1
Publication statusPublished - Jun 2017

Keywords

  • Futebol
  • Estado Novo
  • Teoria dos campos

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