Abstract
O combate pelo património que esta dissertação versa durou sessenta e dois anos. Sessenta e dois anos! Apesar de o título, por si, deixar porventura entrever já o tema em estudo, aqui fica uma breve súmula do seu conteúdo.
Em 1887, a Câmara de Lisboa deliberou ceder os terrenos junto da Torre de Belém à Gaz de Lisboa para instalação das suas diversas oficinas e vastos depósitos de carvão e outros materiais. Os clamores e os protestos veementes foram imediatos e unânimes. Como esquecer a admirável prosa de Ramalho Ortigão a propósito desta situação? “[...] a Torre de Belem emparceira‐se com a chaminé do mais vil e sordido barracão, a qual sacrilegamente a cuspinha e enodôa com salivadas de um fumo espesso, gordorosoe indelével”.
E assim se passariam seis décadas, em campanha persistente pela remoção das instalações da referida Fábrica de Gás junto da magnífica Torre, que, aliás, segundo Raul Lino, “chegou a ser oferecida para instalação de escritórios da poderosa companhia”.
Se são claros os principais actores das tentativas de salvaguarda ao longo dos anos – a imprensa, os arqueólogos, as associações cívicas, as academias, os artistas, alguns vereadores de Lisboa e certos políticos – parece legítimo concluir, também, pela repetida ineficácia dos governos e dos serviços patrimoniais oficiais.
Em 1887, a Câmara de Lisboa deliberou ceder os terrenos junto da Torre de Belém à Gaz de Lisboa para instalação das suas diversas oficinas e vastos depósitos de carvão e outros materiais. Os clamores e os protestos veementes foram imediatos e unânimes. Como esquecer a admirável prosa de Ramalho Ortigão a propósito desta situação? “[...] a Torre de Belem emparceira‐se com a chaminé do mais vil e sordido barracão, a qual sacrilegamente a cuspinha e enodôa com salivadas de um fumo espesso, gordorosoe indelével”.
E assim se passariam seis décadas, em campanha persistente pela remoção das instalações da referida Fábrica de Gás junto da magnífica Torre, que, aliás, segundo Raul Lino, “chegou a ser oferecida para instalação de escritórios da poderosa companhia”.
Se são claros os principais actores das tentativas de salvaguarda ao longo dos anos – a imprensa, os arqueólogos, as associações cívicas, as academias, os artistas, alguns vereadores de Lisboa e certos políticos – parece legítimo concluir, também, pela repetida ineficácia dos governos e dos serviços patrimoniais oficiais.
Translated title of the contribution | The Slender White Princess and the Rotund Bçack Dragon or the Tower of Belém vs. the Gasworks: : a Long Struggle for Heritage |
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Original language | Portuguese |
Place of Publication | Lisboa |
Publisher | Associação dos Arqueólogos Portugueses |
Number of pages | 66 |
ISBN (Print) | 978-972-9451-74-4 |
Publication status | Published - 4 Dec 2018 |
Publication series
Name | Monografias |
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Publisher | Associação dos Arqueólogos Portugueses |
Volume | 6 |
Keywords
- Património
- Vandalismo
- Lisboa.
- Torre de Belém
- Fábrica de Gás
- Séculos XIX-XX