A potência da memória na construção de ‘Dão-lalalão’, de João Guimarães Rosa

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Abstract

A novela «Dão-lalalão», uma das sete narrativas de Corpo de baile, é construída em um movimento de ida e volta da memória, parecendo que Soropita realiza duas viagens, uma de regresso à casa, quando cavalga do Andrequicé ao Ão, e outra por meio das reflexões, que, paulatinamente, vão sendo tecidas a partir das lembranças. Há também as recordações que Soropita compartilha com o amigo Dalberto e com a esposa, Doralda. Logo, as diferentes visões vão se sobrepondo à medida que os elementos externos, que estariam a cargo de um narrador supostamente imparcial, são penetrados por memórias evocadas pelas três personagens. É nesta narrativa do ciclo Corpo de baile que mais se pode verificar a ação da memória involuntária, pois é a partir do cheiro de um sabonete, que Soropita transporta na bagagem, como presente para a esposa, que Doralda é pela primeira vez evocada. As lembranças deslizam também de uma personagem a outra durante o jantar, oferecido por Soropita a Dalberto, ajudando o leitor a conhecer o passado de cada uma das personagens: seus desejos, projetos e segredos.
Original languagePortuguese
Title of host publicationMundos de língua portuguesa olhares cruzados
Subtitle of host publicationo Brasil em foco, perspectiva literárias e culturais
EditorsValeria Tocco, Filipa Araújo , Carlos Ascenso André
PublisherImprensa da Universidade de Coimbra
Chapter12
Pages225-244
Number of pages20
VolumeIV
Edition1
ISBN (Electronic)978-989-26-2536-2
ISBN (Print)978-989-26-2535-5
DOIs
Publication statusPublished - 12 Jul 2024

Keywords

  • Guimarães Rosa
  • Literatura brasileira

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