A pesca no Sudoeste do Gharb al-Andalus

Portugal possui extensa e recortada linha de costa, assim como vasta rede fluvial que constituem, ainda hoje, zonas consideradas como sendo abundantes em peixe e marisco, onde as actividades ligadas à sua captura são comuns. A importância da pesca, salga do peixe e o seu comércio está confirmada, pelo menos, desde a Antiguidade e a exploração dos recursos proporcionados pelo mar prosseguiu com a islamização do actual território português.
Muito embora desde os anos noventa da passada centúria se tenham vindo a estudar restos de espécies piscícolas, recolhidos em contextos arqueológicos, dispomos de reduzida informação sobre a forma como aqueles foram obtidos, técnicas de captura utilizadas ou dos métodos e meios de preparação, conservação e sua comercialização. Trata-se de área do conhecimento que ultrapassa os aspectos económicos e sociais dado integrar, igualmente, a vertente ideológica. O impacto das actividades mencionadas nas populações foi muito significativo, tanto mais que ainda subsistem nomes de artefactos ligados à pesca e às espécies marinhas, assim como maneiras de conservar e confeccionar o peixe, que ascendem à presença de comunidades islâmicas no Ocidente Peninsular.