Abstract
Baseados no pressuposto de que Portugal não conseguia aguentar o esforço militar e económico exigido pela Guerra de guerrilha, Paul Sakwa, da CIA (1962) e Chester Bowles, conselheiro de Kennedy (1963), conceberam dois planos muito semelhantes conducentes à independência de Angola e Moçambique. Prevendo governos autónomos no prazo de oito anos e referendos sobre o tipo de relação a manter com a potência colonizadora, concediam a Holden Roberto (Angola) e a Eduardo Mondlane (Moçambique) o estatuto de «consultores pagos», para, após as independências, assumirem o controlo político dos respectivos países. Como compensação pela perda das colónias, Portugal seria objecto de avultadas doações — entre de quinhentos milhões e mil milhões de dólares — para modernização da sua economia. Em Agosto de 1963, quando o plano Bowles foi apresentado, Salazar recebeu-o com um lacónico e seco: «Portugal não está à venda». Por um lado, o império não podia ser amputado e muito menos objecto de trocas financeiras. Por outro, os dirigentes nacionalistas não lhe mereciam o mínimo crédito. Pretende-se, então, trazer para a discussão o diálogo impossível entre a Administração Kennedy e o governo de Salazar, entre 1961 e 1963.
Original language | Portuguese |
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Title of host publication | Da descolonização ao pós-colonialismo |
Subtitle of host publication | perspectivas pluridisciplinares |
Editors | Manuel Loff, Ana Sofa Ferreira, João Caramelo |
Place of Publication | Porto |
Publisher | Universidade do Porto |
Pages | 181-200 |
Number of pages | 20 |
ISBN (Print) | 978-989-97744-8-3 |
Publication status | Published - 2019 |
Event | Da Descolonização ao Pós-colonialismo - Porto, Portugal Duration: 11 Nov 2015 → 13 Nov 2015 |
Conference
Conference | Da Descolonização ao Pós-colonialismo |
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Country/Territory | Portugal |
City | Porto |
Period | 11/11/15 → 13/11/15 |
Keywords
- Portugal
- Estados Unidos
- Descolonização
- Movimentos nacionalistas
- Guerra colonial
- Negociações