A Investigadora enquanto Ciberformer

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Abstract

Depois do primeiro confinamento da pandemia COVID 19, os arco-íris do “vamos ficar todos bem” transformaram-se na evidência “nada será como dantes”.

O contacto físico tornou-se intimidade virtual, ficámos em teletrabalho e o consumo apostou na “transformação digital”. No entanto, a actual tecnologia, com as suas limitadas interfaces, obriga-nos a fixar, durante horas, um ecrã; sentados, quase imóveis, escrevemos num teclado ou clicamos num rato – os olhos e o corpo adoecem, a plataformização ilude a criatividade, a fadiga Zoom instala-se.

Nunca as experiências da performance digital e da ciberformance foram tão pertinentes como ago­ra, tanto a nível teórico – através de uma crítica de conceitos fracturantes como virtualidade, corpo­realidade, presença, interactividade, agenciamento ou imersão – como a nível empírico, através da criação de interfaces e ferramentas que permitem desenvolver a nossa condição digital de uma forma mais relacional, íntima e, por vezes, mais incorpo­rada, amplificada e livre.

Este texto versa sobre a minha experiência enquanto investigadora/performer e baseia-se na minha prática em ligação com duas estruturas colectivas internacionais que põem em prática diferentes tipos de ciberformance: Senses Places /Lugares Sentidos, (projeto de performance colaborativo e participativo em realidade mista usando mundos virtuais e adaptando interfaces como motion tracking e wearables); e a plataforma UpStage (uma aplicação colaborativa de código aberto), que permite uma interacção baseada na imagem 2D e no texto.
Original languagePortuguese
Title of host publicationArtes Performativas e Cultura Digital
EditorsJoão Estevens
Place of PublicationLisboa
PublisherMontanha e Rabbit Hole
Pages78-103
Number of pages25
ISBN (Print)978-989-33-2684-8
Publication statusPublished - 2021

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