A farsa da princesa egípcia: Bocage e a Zaída de José Agostinho de Macedo

Research output: Contribution to journalArticlepeer-review

Abstract

Bocage, um poeta exigente e cuja vivência do Oriente lhe permitiu ter uma perspectiva analítica sobre o mesmo, criticou o academismo da Nova Arcádia e o pseudo-Orientalismo de alguns dos seus membros, que ostentavam um conhecimento que, de facto, não possuíam.
A peça Zaída de José Agostinho de Macedo, uma tragédia em cinco actos passada no Egipto durante o cerco de Damieta, foi fortemente satirizada por Bocage no soneto «Na cena em quadra trágico-invernosa». A peça, levada à cena em 1803 no Teatro da Rua dos Condes, tem como base um assunto pseudo-histórico: o sacrifício da filha do sultão do Egipto Medelim, Zaída, para aplacar o Profeta, na sequência da tentativa de assassinato do rei dos cruzados que cercavam Damieta. Baseando-se no poema épico Saint Louis ou la Sainte Couronne Reconquise, de 1666, de Pierre Le Moyne, e em Jean de Joinville, cronista medieval francês (século XIII-XIV), na sua Histoire de Saint Louis, Macedo não consegue, no entanto, escapar à dura crítica de Bocage, facto que contribui para acender as hostilidades entre os dois poetas.
Original languagePortuguese
Pages (from-to)232-236
Number of pages4
JournalA Ideia
Volume19
Publication statusPublished - 2016

Keywords

  • Bocage
  • José Agostinho de Macedo
  • Teatro
  • Tragédia
  • Orientalismo
  • Século XVIII
  • Egipto
  • Poesia satírica

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