A decisão Akayesu: Um marco histórico na jurisprudência dos Direitos Humanos

Research output: Chapter in Book/Report/Conference proceedingChapterpeer-review

Abstract

A 8 de Novembro de 1994, o Conselho de Segurança das Nações Unidas criou o Tribunal Penal Internacional para o Ruanda com o objectivo de julgar as pessoas responsáveis por violações graves ao Direito Internacional Humanitário. Um dos processos transitado em julgado foi o processo n.º ICTR-96-4-T, Chamber I, de 2 de Setembro de 1998, no âmbito do qual Jean-Paul Akayesu, Presidente da Câmara de Taba, aquando do massacre da população Tutsi entre Abril e Julho de 1994, foi condenado a pena de prisão perpétua por vários crimes, entre eles, o crime de genocídio. A condenação pelo crime de genocídio incluiu toda a violência sexual praticada com o intuito de destruir, no todo ou em parte, a população Tutsi. Foi a primeira vez na história da jurisprudência de um tribunal ad hoc internacional que a violência sexual foi qualificada e punida como genocídio. A Decisão Akayesu revela múltiplas intersecções que tornaram possível a concretização da justiça no caso concreto. Será sobre a tripla intersecção presente na Decisão Akayesu que nos iremos debruçar, revisitando cada um dos critérios presentes na construção desta decisão. A pertinência da presente análise baseia-se no facto de se tratar de uma decisão histórica que lançou os alicerces para uma nova percepção da realidade do genocídio ocorrido no Ruanda em 1994.
Original languagePortuguese
Title of host publicationEl cincuentenario de los Pactos Internacionales de Derechos Humanos de la ONU.
Subtitle of host publicationHomenaje a la Profesora Mª. Esther Martínez Quinteiro.
EditorsMaría de la Paz Pando Ballesteros, Pedro Garrido Rodríguez, Alicia Muñoz Ramírez
PublisherEdiciones Universidad de Salamanca
Pages1281-1292
ISBN (Electronic)978-84-9012-850-3
DOIs
Publication statusPublished - 2018

Cite this