Abstract
Neste artigo pretende-se analisar o romance Naná como uma produção posterior aos horrores de 1848, na França. Para tanto, é preciso compreender os conceitos de trauma e recalque, ambos do universo da psicanálise. Muito embora a noção de recalque e seus mecanismos ainda não fossem conhecidos dos contemporâneos de 1848, é isso que se verifica comumente de maneira implícita, às vezes explícita, na literatura francesa do período. Acreditamos que esses aspectos ainda podem ser encontrados em artistas que criaram suas obras posteriormente, caso de Émile Zola. Para conduzir a análise, nos deteremos em quatro passagens deste romance, na tentativa de elucidar alguns elementos da composição naturalista e verificar em que medida essa obra também é fruto, ainda que tardio, desse recalque, em que a carnavalização é utilizada para mascarar o interdito.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 217-232 |
Number of pages | 16 |
Journal | Lettres Françaises |
Volume | 21 |
Issue number | 2 |
Publication status | Published - 30 Mar 2021 |
Keywords
- Zola
- Naturalismo
- Freud
- George Lukács
- Sublimação
- Literatura francesa do séc. XIX
- Recalque
- Alegoria