Abstract
A reflexão sobre a obra de Paulo Freire e sobre as práxis que reivindicam sua influência desde o Brasil foram o ponto de partida para o encontro com a historiadora Joana Salém Vasconcelos1. Doutora em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP), defendeu em 2020 a tese “O lápis é mais pesado que a enxada”: reforma agrária no Chile e pedagogias camponesas para a transformação econômica (1955-1973), investigação que, entre outros tópicos, aborda a influência de Paulo Freire na reforma agrária chilena, numa perspectiva dialética entre Economia e Cultura. No contexto de celebração do centenário do educador, Joana foi uma das organizadoras do livro Paulo Freire e a educação popular: esperançar em tempos de barbárie (Vasconcelos et al. 2023), coletânea que reúne 65 autoras e autores ligadas/os à pesquisa e ao ativismo em educação popular e pedagogia crítica. O livro também comemora os quinze anos da Rede Emancipa, iniciativa de educação popular que oferece, gratuitamente, cursos para o acesso de estudantes de escolas públicas às universidades brasileiras, em mais de 20 cidades no país, especialmente no Estado de São Paulo. Joana Salém Vasconcelos é uma das fundadoras e integrante do movimento-projeto.
Este diálogo, que é publicado na íntegra, se guiou pelo nosso interesse nos escritos e na intervenção da pesquisadora-professora, especialmente quanto ao protagonismo que garante à escola pública como espaço privilegiado para os processos de conscientização com vistas à transformação social. Por e-mail, propusemos apresentar a ela quatro tópicos, com comentários seguidos de questões, sobre os quais a autora teria total liberdade de resposta. O desafio foi aceito de pronto e com generosidade. Desde Lisboa, buscamos ativar questões abordadas em diferentes contextos pela educadora na sua intervenção pública como intelectual: artigos, tese, entrevista em podcasts. De São Paulo, Joana Salém Vasconcelos desenvolveu tópicos que se complementam e, simultaneamente, destacam a atualidade não somente do pensamento freireano, mas também das discordâncias de variado quilate à Paulo Freire e dos ataques que seguem ao autor, à sua obra. De um espaço comum com perspectiva internacionalista, trata-se aqui de um diálogo sobre o potencial de emancipação por via da conscientização, quer sobre aquelas que brotaram, quer sobre as que ainda germinam (Débora Dias e Mélanie Toulhoat).
Este diálogo, que é publicado na íntegra, se guiou pelo nosso interesse nos escritos e na intervenção da pesquisadora-professora, especialmente quanto ao protagonismo que garante à escola pública como espaço privilegiado para os processos de conscientização com vistas à transformação social. Por e-mail, propusemos apresentar a ela quatro tópicos, com comentários seguidos de questões, sobre os quais a autora teria total liberdade de resposta. O desafio foi aceito de pronto e com generosidade. Desde Lisboa, buscamos ativar questões abordadas em diferentes contextos pela educadora na sua intervenção pública como intelectual: artigos, tese, entrevista em podcasts. De São Paulo, Joana Salém Vasconcelos desenvolveu tópicos que se complementam e, simultaneamente, destacam a atualidade não somente do pensamento freireano, mas também das discordâncias de variado quilate à Paulo Freire e dos ataques que seguem ao autor, à sua obra. De um espaço comum com perspectiva internacionalista, trata-se aqui de um diálogo sobre o potencial de emancipação por via da conscientização, quer sobre aquelas que brotaram, quer sobre as que ainda germinam (Débora Dias e Mélanie Toulhoat).
Original language | Portuguese |
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Article number | 7035 |
Number of pages | 20 |
Journal | Lusotopie |
Volume | 22 |
Issue number | 1 |
DOIs | |
Publication status | Published - 2023 |
Keywords
- Joana Salem Vasconcelos
- Paulo Freire
- Conversation
- Criticism
- Reception