A Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências (1917-1974): um resgate histórico

A Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências (APPC), criada em 1917 por iniciativa de Francisco da Costa Lobo, professor na Universidade de Coimbra, e com o apoio do astrônomo catalão Ricardo Cirera, foi diretamente inspirada pela Associação Espanhola para o Progresso das Ciências. A associação espanhola tinha sido constituída em 1908, organizando desde logo congressos bienais que reuniam diversos domínios científicos, por sua vez enquadrados em seções, procurando, desse modo, congregar as diversas áreas e promover a divulgação e o desenvolvimento do conhecimento científico. Através da nova associação portuguesa, seria então formalizada a participação de Portugal nos congressos da associação espanhola, dando lugar, a partir de 1921, à organização de encontros conjuntos – os “Congressos Luso-Espanhóis para o Progresso das Ciências” – cuja atividade se estenderia até os anos 1970. É o resgate da trajetória dessa instituição – encarada de forma integrada e global e interpretada no contexto da história geral das relações luso-espanholas – que pretendemos abordar neste estudo de caráter histórico e historiográfico.

The Portuguese Association for the Progress of Sciences (APPC), created in 1917 on the initiative of Francisco da Costa Lobo, professor at the University of Coimbra, and with the support of the Catalan astronomer Ricardo Cirera, was directly inspired by the Spanish Association for the Progress of Sciences. The Spanish association had been set up in 1908, organising biennial congresses that brought together various scientific fields, which in turn were divided into sections, in an attempt to bring together the various areas and promote the dissemination and development of scientific knowledge. Through the new Portuguese association, the Portuguese participation in the congresses of the Spanish association was then formalised, leading to the organisation of joint meetings from 1921 onwards – the “Portuguese-Spanish Congresses for the Progress of Sciences – whose activity would continue until the 1970s. It is the recovery of the trajectory of this institution, delve in integrated and global manner and interpreted in the context of the general history of Luso-Spanish relations, that we intend to address in this historical and historiographical study.