Abstract
A década de 1990 provocou uma alteração estrutural do sistema internacional e uma mudança das estruturas da relação transatlântica.1 O fim da ameaça soviética diminuiu a importância da Europa enquanto espaço geo-estra-tégico, e da Alemanha para os Estados Unidos. Estes ampliaram o âmbito da sua orientação estratégica para o Pacífico, a China, a divisão coreana, o Médio Oriente. Para uns isto era a expressão de uma hegemonia americana, que o 11 de Setembro de 2001 apenas veio consolidar na sua orientação unilateralista.2 Para outros, com o fim da Guerra Fria, a Europa como espaço de intervenção da política externa norte-americana perdeu o lugar privilegiado dos últimos 50 anos, e a sua constatação levou a uma crescente consciencialização, por parte dos decisores europeus, da necessidade de criarem mecanismos de afirmação política e de defesa europeus. Independentemente do inquilino político na Casa Branca, "momentos de emancipação" europeus iriam ocorrer como forma de reformular uma nova parceria transatlântica. Esta alteração das percepções de cada um dos lados do Atlântico ajuda a explicar a crise transatlântica de 2003, que teve como causa imediata divergências quanto ao tratamento do Iraque, mas que mais profundamente se prende com o futuro das relações transatlânticas, e com a futura identidade internacional da UE. Uma das questões centrais é a definição da posição internacional da Alemanha no seio das mesmas.
Translated title of the contribution | Germany between European and Transatlantic Multilateralism |
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Original language | Portuguese |
Title of host publication | Estudos Comemorativos dos 15 Anos da Licenciatura em Relações Internacionais |
Place of Publication | Lisbon |
Publisher | Universidade Lusíada Editora |
Pages | 223-241 |
Number of pages | 18 |
Volume | II |
Edition | 1st |
Publication status | Published - 2004 |