1968 na história da mobilização social e política: Uma interpretação

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Abstract

Para quem tem hoje mais de 65 anos em pontos tão diferentes do planeta quanto o México, a França ou a China, tudo mudou há 50 anos. Mudou também, inevitavelmente, para as outras gerações que viveram aquele período, mas para ninguém
mudou mais do que mudou para a geração de 68. Mais do que um movimento global, 1968 (isto é, o final dos anos 60) foi feito de 68s tão diversos quanto a contestação à guerra norte-americana no Vietname, a luta pelos direitos cívicos nos EUA, as grandes mobilizações operárias em França (as maiores do século XX) e em Itália, a crise do socialismo real na Checoslováquia, a dissidência política e cultural do cristianismo progressista ou os grandes movimentos estudantis um pouco por todo o Ocidente
(Portugal incluído), entre os quais os mexicanos, que não ficaram atrás dos franceses.
O que me parece revelador é que, quando nos lembramos de 68, é do 68 estudantil (e especialmente do francês) que falamos. E há razões para isso; critérios sociais, antes de mais: é que quem protagonizou o 68 estudantil teve desde então, por óbvios motivos sociais, de classe, incomparavelmente mais voz (e, portanto, mais poder) para divulgar o seu relato da história do que quaisquer outros herdeiros de 68.
Original languagePortuguese
Title of host publicationKarl Marx
Subtitle of host publicationLegado, Críticas e Atualidade
EditorsFernando Bessa Ribeiro, Manuel Carlos Silva, Almerindo Janela Afonso, Cristina Maria Soeiro Matos, Francisco Azevedo Mendes, Isabel Maria Estrada Carvalhais, Sílvia Cristina Conduto Sousa, Ana Margarida Reis Jorge
Place of PublicationVila Nova de Famalicão
PublisherHúmus
Pages343-355
Number of pages13
ISBN (Print)978-989-755-788-0
Publication statusPublished - 2022

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