O CIEC – Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos através da sua linha de investigação Poética e Retórica concebeu e, em parceria com o Museu Nacional de Machado de Castro e a Câmara Municipal de Coimbra, levou por diante um gesto propiciatório: o convite a um grupo altamente representativo de artistas plásticos para, na diversidade de orientações com que se têm distinguido os seus trajectos, manifestarem em obra original facetas do seu diálogo com o legado camoniano.
A consideração dos nexos que a nossa contemporaneidade artística estabelece com as grandes figuras da tradição cultural constitui questão nuclear na compreensão actual da criação estética. Nesse quadro, avulta Camões, como mito vivo da cultura lusíada e autor cimeiro do cânone nacional (como Dante ou Cervantes); e a sua incerta vida, a sua forte e perturbadora personalidade, a sua obra inacomodada e fascinante (de alcance universal, como Shakespeare ou Goethe), continuam a interpelar e a estimular esses receptores qualificados que são os artistas dos nossos dias.
Daí esta singular convocação: o convite a um grupo altamente representativo de artistas plásticos para, na diversidade de orientações com que se têm distinguido os seus trajectos, manifestarem em obra original facetas do seu diálogo com o legado camoniano.