Recontando a história: O Som do Rugido da Onça

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Description

Este artigo visa analisar O Som do Rugido da Onça (Companhia das Letras, 2021) romancehistoriográfico da escritora brasileira Micheliny Verunschk. A obra reconstrói ficcionalmente a expedição do botânico Johann Baptist von Spix, considerado um dos mais importantes pesquisadores alemães que estudaram o Brasil, especialmente a região da Amazônia. E do botânico Carl Friedrich von Martius que o acompanhou na viagem. Realizada em 1917, a expedição compunha a missão artística Austro-Alemã que acompanhava a princesa Maria Leopoldina de Áustria. O objetivo da expedição era descrever a fauna e flora brasileira. A viagem terminou em 1820, e levou para Alemanha quatro crianças indígenas e cerca de 9 mil espécies de plantas e animais dentre eles: mamíferos, aves e anfíbios. Das quatro crianças sequestradas, apenas duas sobreviveram. O Som do Rugido da Onça ilumina a história do sequestro das crianças e
narra a história de Iñe-e e Juri. Ficção e história cruzam-se. As línguas indígenas foram proibidas no século XIX. No romance, Micheliny Verunschk empresta uma
voz e uma língua a Iñe-e. A língua portuguesa é uma zarabatana e é com ela que Iñe-e denuncia uma série de violências praticadas contra os povos indígenas do Brasil. Iñe-e e Juri foram levados para corte como elementos de uma excêntrica fauna brasileira. A exotização do outro é também uma categoria do discurso colonial que se perpetua até os dias atuais.
Period4 Sept 20246 Sept 2024
Held atCHAM - Centro de Humanidades
Degree of RecognitionInternational