Description
Durante toda a época moderna o aprisionamento de indivíduos tendo por base as diferenças religiosas foi uma constante de ambos os lados do mar Mediterrâneo. Quanto mais elevado fosse o estatuto social, a especificidade de ofício desempenhado, género ou idade, maior seria o valor a pagar pelo resgate ou pela troca por outros cativos. No caso português, a política de “entradas e almogaverias” a partir das praças portuguesas no Norte de África e o ataque a embarcações magrebinas, permitia o grande número de cativos muçulmanos. Número, no entanto, não comparável com quantitativo de europeus levados para cidades como Salé, Meknès ou Argel, esta última um autêntico centro de comércio de cativos. Esta situação levou os reinos europeus a criarem instituições especificas para resgatar os cativos cristãos levados para o Norte de África, das quais a Ordem Santíssima Trindade, desempenhou papel relevante em Portugal.Documentos emanados tanto do poder real, como da Mesa da Consciência e Ordens, provenientes do cartório da Ordem da Santíssima Trindade, incluindo crónicas dos padres trinitários e relatórios referentes às negociações de resgate, entre outros, constituem as fontes para o estudo desta realidade que atormentou as populações e que só teve a sua resolução com a assinatura do tratado de paz com Argel já no início do século XIX. Com base nestes documentos, pretendemos, nesta comunicação, traçar as linhas gerais caraterizadores do resgate de cativos durante os séculos XVI a XVIII, como uma realidade quotidiana na história das relações entre cristãos e muçulmanos.
Period | 12 Nov 2012 |
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Event title | Sessões culturais da Academia de Marinha |
Event type | Other |
Conference number | 21 |
Location | Lisboa, Portugal |
Degree of Recognition | National |
Keywords
- Norte de África
- resgate de cativos
- corsários e piratas