Description
Nestas primeiras décadas do séc. XXI, expressões como “Sound Art”, “Klangkunst”, “Sonic arts” ou mesmo “Sounding art”, entre outras que colocam o som ou a experiência sonora no centro do fazer artístico, têm sido usadas de forma recorrente, tanto no discurso académico, como no mundo da arte, apesar das controvérsias teóricas e, por vezes, das resistências dos próprios artistas, para designar, na verdade, um conjunto diversificado de práticas artísticas contemporâneas que se cruzam frequentemente com outras disciplinas (da instalação in situ ao soundwalk, passando pela escultura sonora ou pela experimentação musical e performance). Estas práticas não nasceram, porém, apenas neste século, tendo uma complexa genealogia que remonta, pelo menos, às vanguardas do princípio do século XX e cujos ramos intersectam as histórias da música, da tecnologia, das belas artes, do cinema e transformações na própria sensibilidade estética, social e política da época contemporânea. A convocação de alguns momentos e algumas peças dessa complexa genealogia ajudará certamente a esclarecer os problemas, noções e especificidades a que aquelas designações pretendem atender.Propõe-se, pois, fazer um exercício de reflexão sobre o que está em jogo nestas “artes sonoras”, nomeadamente a possibilidade do “som em si mesmo” se tornar o material plástico ou o medium de certas práticas artísticas, mas também de a experiência sonora, a audibilidade e as questões da escuta e da ressonância (social, política e até ecológica) servirem de princípios de inspiração semântica, expressiva e imaginativa para uma arte sonora não-coclear. As obras de artistas como Max Neuhaus, Christina Kubisch, Christian Marclay, Jana Winderen e Christine sun Kim servir-nos-ão de guia para esse exercício.
Period | 6 Apr 2022 |
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Held at | Instituto Politécnico de Leiria, Portugal |
Degree of Recognition | National |
Keywords
- Arte sonora
- Sound art
- Filosofia da Música
- Filosofia da Arte