Comunicaçao on-line, a convite do MASE e Liga de Amigos, sobre a devoção multissecular baseada no milagre de Nossa Senhora da Nazaré a D. Fuas Roupinho, que motivou a primeira representação artística da Nazaré, formulando uma iconografia própria, fixada a partir dos séculos XVI/XVII. Este foi o ponto de partida para uma conversa acerca do papel da arte na elaboração dos discursos identitários e de como o programa figurativo associado à reprodução deste culto mariano continuou a entusiasmar os artistas até à contemporaneidade, mesmo quando, a partir de finais de Oitocentos, tenha alcançado maior relevo uma memória coletiva da Nazaré arreigada nas vivências da pesca artesanal. Traduzindo-se igualmente numa estética muito apelativa, a interpretação visual desta “Nazaré dos Pescadores” não deixou de evocar a iconografia primeva do Milagre, ainda que, mais do que os fins devocionais que lhe estavam na génese, se sobreponham agora os diálogos com a memória e a imagética marítima da comunidade.