Description
Comunicação realizada no âmbito da mesa-redonda "A retórica da crise: da desresponsabilização à acusação".Herring (1993(, Culpeper (1993), Bousfield (2008), Amossy (2011), Cabral e Lima(2018), entre outros teorizadores do campo da agressividade e da violência verbal em ambientes digitais, demonstram que a violência verbal surge em contextos de forte polarização e de radicalização e, frequentemente, nas redes sociais é importante analisar o fenómeno da encenação ou da camuflagem discursiva. Este fenómeno que configura uma manifestação do conflito, da
intolerância e de aniquilamento da voz do outro, realiza-se através de atos de acusação, de ridicularização e de ameaça (Bousfied 2008) , com o objetivo de evidenciar o poder da manipulação. Subscrevendo, de acordo com Charaudeau (2020), que as estratégias discursivas analisadas são da responsabilidade do manipulador na assunção do “vouloir tromper” e na do manipulado (na sua vontade de se submeter) , ensaiaremos demostrar como alguns discursos sobre a pandemia estão ao serviço da construção de ethè de persuasão e de manipulação. Neste estudo, evidenciar-se-ão os enunciados contraditórios dos media sobre o contexto pandémico: a manipulação é, assim, expressa através de estratégias de incitação, positiva ou negativa: através das estratégias positivas, o manipulador encerra um ethos de conselheiro, de guia carismático e utiliza estratégias de exageração, de generalização, de humor; inversamente, as estratégias de incitação negativa expressam-se por atos de denúncia, acusação, estigmatização com o objetivo de provocar o protesto e a revolta.
Period | 29 Sept 2021 |
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Event title | V Simpósio Internacional da EDISO: Disrupções e vulnerabilidades: estudar o discurso em tempos de crise |
Event type | Conference |
Location | SpainShow on map |
Degree of Recognition | International |