A phronēsis como abertura à situação: património existencial e apropriação. A exegese de Heidegger no Natorpbericht da EN VI

Activity: Talk or presentationInvited talk

Description

A phronēsis é uma abertura (alētheuein) à situação em que cada um de nós se encontra a si. A especificidade da sua abertura não é cognitiva, nem teórica, nem pragmática. A “produção” específica da phronēsis é prática. A radicalização extrema da phronēsis é a aretē pela escolha dos meios. Não, dos fins. Aristóteles pensa a phronēsis por contraste com a poiēsis. Há uma diferença entre o ser do produtor e o ser do produto. Depois de acabado, o resultado do trabalho tem uma existência própria. Na praxis, embora agentes e actos sejam diferentes, as acções ficam com quem as pratica. O agente é a sua “agência”. O produtor enquanto fabricante não é o seu produto. A “custódia”, “o armazenamento”, o “património” da acção humana - resultante da praxis, da deliberação (livrar-se de e libertar-se para), da consciência - é o património existencial de quem se é. A phronēsis abre a possibilidade de cada ser singular se abrir compreensivamente ao “ser do sou”. Heidegger sublinha este duplo aspecto da phronēsis: preservação e custódia do património das acções de cada um (“Verwahrung”) e a apropriação de si (Aneignung). Ser phronimos é ser a apropriar-se de si. A phronēsis é a condição de possibilidade de cada um se tornar ao seu modo de ser e assim converter-se em si.
Period25 Nov 2024
Event titleO Direito e o Tempo: X Encontro de investigadores doutorandos
Event typeConference
LocationCoimbra , PortugalShow on map
Degree of RecognitionInternational