Description
O uso de siglas, acrónimos e outras reduções tem vindo a constituir tema amplo de debate no contexto da redacção técnica e jornalística, sobretudo devido às dúvidas e erros decorrentes do seu uso na língua falada e escrita. A oscilação em termos de género, sobretudo no caso de reduções de origem estrangeira e que são uma novidade, foi um caso notório com a abertura da primeira loja IKEA em Portugal, para não falar das questões fonéticas daí decorrentes. O uso do plural em siglas e acrónimos manifesta alguma frequência na oralidade e acaba por ser transposto para a escrita, onde o sufixo de plural em português surge por vezes associado a um apóstrofe, fruto da influência da formação de plural em inglês, mas considerado um erro do ponto de vista linguístico pelos especialistas. Entre os principais factores de variação ortográfica contam-se o uso de pontos ou de maiúsculas, aos quais se acrescentam sinais gráficos e espaçamentos. A tradução das reduções é outro assunto que se constitui igualmente como alvo de discussão. As siglas e acrónimos devem ser traduzidos, usados ipsis verbis como na língua de origem ou deverá procurar-se o seu equivalente na língua de chegada?Tendo em conta a problemática vigente, começaremos por distinguir sigla de acrónimo e discorrer de forma breve sobre as características de outros tipos de reduções: abreviação, abreviatura, acrografia, braquigrafia, redução, símbolo. Apresentaremos casos polémicos de reduções no contexto de Portugal e do seu papel no mundo, actualmente protagonista de acrónimos de motivação pejorativa (PIGS, STUPID), bem como de reduções cuja discussão resultou também em comentários de análise linguística acerca do seu uso na escrita.
A necessidade de uniformização e normalização da escrita de textos leva as instituições a criar documentos que esclareçam dúvidas surgidas neste âmbito, onde as reduções são também tidas em conta. A tradução de reduções em textos oficiais constitui uma outra fonte de preocupação por parte das instituições e dos tradutores e intérpretes ao seu serviço, motivo pelo qual o seu tratamento integra os guias de tradutores.
A principal instituição de normalização portuguesa é o Instituto Português da Qualidade – IPQ, que se constitui como organismo nacional responsável pela normalização em Portugal. Com o intuito de separar a actividade de Certificação da actividade de Acreditação, cria-se a Associação Portuguesa de Certificação – APCER, para onde é transferida a actividade de certificação de Sistemas de Qualidade.
No que se refere às normas dos guias de redacção de documentos das instituições e dos tradutores, estes têm como base o Código de Redacção Interinstitucional emitido pelo Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias. A nível da imprensa, destaca-se o Livro de Estilo da responsabilidade do jornal Público, também considerado no contexto da redacção técnica e do tratamento das reduções.
Period | 13 Jan 2011 → 14 Jan 2011 |
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Event title | 1er Colloque International – Traduction, terminologie, rédaction technique : des ponts entre le français et le portugais |
Event type | Conference |
Location | Paris, FranceShow on map |
Keywords
- acrónimos
- normalização
- redação técnica
- siglas
- tradução
- acronyms
- normalization
- technical writing
- initialisms
- translation