Description
Encontramos exemplos do Ofício de Defuntos musicado em Portugal desde o século XIII e, em grande medida por causa do surgimento e expansão da chamada «economia de salvação» no século XV, torna-se num dos Ofícios Devocionais mais presentes nas fontes musicadas. Embora possa surgir, materialmente, apenas como uma secção apensa ao Ofício Divino, o seu estudo torna-se premente, não só porque, sob uma perspectiva antropológica e sociológica pode ser visto como um espelho de diferentes vivências com centralidade social, mas também porque, musicalmente apresenta características que são únicas e que nos podem auxiliar num melhor entendimento das fontes em que foi conservado, nomeadamente, na definição de tradições litúrgicas, contribuindo desta forma para a compreensão de um vasto corpus do património nacional.Considerando que a música terá tido um importante papel na preparação e encomendação do defunto, acompanhando-o nos seus últimos momentos em vida e na passagem para o “Além” assegurando a existência espiritual do indivíduo até ao Dia do Juízo Final, será interessante compreender de que forma é que a música terá correspondido aos diferentes paradigmas antropológicos e sociológicos sobre a morte. Assim, nesta comunicação proceder-se-á à incorporação do repertório musicado para o Ofício de Defuntos no campo social e cultural, problematizando-se o modo como este é desempenhado e vivenciado, os agentes que o celebram, as funções que desempenha, os diversos níveis de comunicação que se realizam, bem como os objectivos sociais e individuais a que corresponde.
Period | 11 Feb 2019 |
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Event title | Congresso Internacional - A Morte: Leituras da Humana Condição |
Event type | Conference |
Location | Guimarães, Portugal |
Degree of Recognition | International |
Keywords
- Música
- Morte
- Liturgia
- Cantochão